sábado, 28 de dezembro de 2013

Os 3Rs da Liderança

Olá!


Quero compartilhar aqui, com a devida licença de um grande amigo, Cristiano Passarelli, que me presenteou em conversa que tivemos, com um insight-conceito muito legal.

Nesta conversa ele gentilmente sintetizou de forma simples e sábia, 3 elementos fundamentais para a formação de times de alta performance: os 3Rs.

Confesso que não sou adepto às siglas, mas neste caso, tenho que admitir que ficou bacana e de fácil memorização. Vamos aos significados:



Os 3Rs vêm de "Razão, Reconhecimento e Recompensa".


"R" da razão: escolhemos este "R" para ser o diretório dos motivos, do porquê, da causa! Parafraseando o filósofo Nietzsche "...quem tem um porquê, suporta qualquer como...". Ou seja, se sabemos o motivo e acreditamos nele, seguimos adiante com muito mais desenvoltura e vibração. Temos uma causa a seguir, a proteger, a valorizar e cuidar... Nesta minha caminhada peregrinando em aprender sobre liderança, tenho visto que equipes que conquistam os melhores resultados, quando questionadas sobre qual a receita do sucesso, invariavelmente conseguem repetir em uníssono o motivo principal, a causa a qual estão ligados. Em geral, membros destas equipes são muito mais felizes e satisfeitos.

"R" do reconhecimento: para este "R", segmentamos os conceitos acerca do importante papel da gratidão na liderança. Vale mencionar que digo liderança e não somente o líder, ou seja, todos devem executar este "R", não precisa ser somente o gestor do time, mas é claro que este inclusive! Reconhecer vem de "conhecer novamente", ou de "renovar o ato de saber sobre", ou para clarear mais, prefiro "eu sempre soube que você faria isso muito bem, obrigado!". Agradecer é uma atitude nobre e básica, contudo muitos a evitam, erroneamente. Conheci muitos que esperam o final do ano para agradecer o empenho de suas equipes, ou que pronunciam absurdos do tipo "melhor não agradecer para a pessoa não ficar se achando...". Reconhecer é dar feedback de que está indo tudo certo, de que todo o esforço está valendo à pena. Se ainda há alguma dúvida, vou deixar uma frase que encontrei em minha caminhada: "Agradeça às pessoas sempre, pois elas não terão condições de ler a própria lápide".


"R" da recompensa: neste "R", dedicamos aos elementos do retorno econômico, financeiro e ganhos materiais que façam justiça ao esforço dispendido. São os itens necessários à parte humana, ou se preferir, fazem menção aos conceitos de Maslow sobre as necessidades. É função do líder, e neste caso, responsabilidade exclusiva de quem conduz a equipe, garantir que as recompensas sejam realizadas com justiça. Gestor que não luta por aumento de salário aos membros de sua equipe, não merece conduzí-la. Líder deve estar sempre atento às necessidades de cada membro da equipe. Cada um tem diferentes desejos e apreciará muito em tê-los conquistado. Cada um quer sim, conquistar seu território pessoal com o suor de seu rosto. Cabe ao líder ficar com atenção redobrada quanto a isso. Dinheiro não mantém pessoas no time, mas critérios justos de recompensa, sim.

Percebi que em uma receita simples e farta de significados, os 3Rs podem ajudar a fortificar as bases de um time de alta performance. Importante lembrar que outros elementos como conduta, exemplo, resultados, dentre outros, também incrementam este artigo, mas acredito que há um grande Valor em saber praticar os 3Rs.

Aproveitando a sábia frase do prof. Mario Sergio Cortella, em que "...um bom ensinante, deve ser antes de tudo, um grande aprendente", sou um apreciador de boas prosas. Acredito que aprendo muito com elas. E nesta, agradeço a oportunidade de aprender e poder compartilhar aqui, o que em uma conversa vimos significado para a liderança. Valeu Cristiano pela inspiração!!


Forte abraço!

sábado, 10 de agosto de 2013

O poder da gratidão

Olá!


Um dos valores que mais acredito é o da gratidão. Tenho um apreço especial por esta palavra e atitude. Sou também um admirador da cultura japonesa, onde tenho colecionado valiosos momentos de aprendizado para minha vida. Em japonês, gratidão é "kansha", ou do fundo do meu coração, agradeço a você. (fonte: http://www.nihongobrasil.com.br/g-dicio.php)

Junto a este significado, hoje quero escrever sobre outro, que, compartilho aqui neste post: a palavra "Itadakimasu"


Aprendi que esta palavra tem um significado muito respeitável: "é uma prece de agradecimento e reconhecimento às vidas que foram sacrificadas para dar continuidade à nossa vida. É um obrigado à vida dos grãos de arroz (ou outra comida) que não produziram outras vidas, um obrigado às abelhas que polinizaram os grãos, ao trabalho do lavrador que cultivou o arroz, às mãos que trouxeram o arroz até a nossa mesa".

Ela é utilizada como um sinal de prece, sempre antes de qualquer refeição, onde há o ato de juntar as palmas mãos, abaixar levemente a cabeça e é pronunciada em sinal de respeito e gratidão.

Aprendi, que no Japão, crianças entre 6 e 11 anos de idade, que frequentam escolas públicas, pronunciam esta palavra, todas juntas, ainda sentadas em suas carteiras dentro da sala de aula, com a bandeja do almoço escolar, quando são servidas por seus colegas de classe à sua frente. 

Vi que há muitos significados importantes neste gesto: 

  • Ao aluno mais velho, quando serve ao mais jovem, aprende que deve proteger quem ainda não tem condições de fazê-lo;
  • Ao mais jovem, ao ser servido, aprende a ser grato a quem já viveu mais do ele;
  • Além do próprio valor da palavra já explicado acima.
E assim, todos sentem na pele o valor da palavra "Itadakimasu".


Fico pensando em quantas oportunidades de agradecer temos a todo momento... quantas vezes somos servidos ou servimos e nem nos damos conta do valor do gesto... quantas pessoas esquecem de agradecer a seus chefes pelo aprendizado que colheram? Quantos chefes deixam de ser gratos às equipes pelas vitórias e, por que não, pelos fracassos? 

É mais comum vermos a falta deste valor tão nobre e rico. 

Desde que aprendi isso, com minha família do Instituto Niten (www.niten.org.br) confesso que senti-me muito mais forte e feliz por valorizar a gratidão. E por isso, domo arigatogozaimashitá (muito obrigado) Kishikawa Sensei e ao Niten por esta oportunidade e, desde então, sempre antes de qualquer refeição, junto as palmas das mãos, abaixo levemente a cabeça e faço minha prece, seja em casa ou dentro de um restaurante de hotel.

Quanto aprendizado em uma só palavra! A este rico aprendizado, dedico o poder da gratidão.

Agora te pergunto: você já agradeceu hoje?

Forte abraço! 





sexta-feira, 28 de junho de 2013

Vítima ou Protagonista?


Olá!


Qual a sua postura? Vítima ou Protagonista?




Pense um pouco antes de continuar lendo este post...


Ainda não tem certeza?


Vamos ao exemplo:


Um vendedor com postura de vítima, se você perguntar a ele:

- Fulano, você tem batido suas metas? Ele lhe responderá:
- Não! Infelizmente não!

Se você insistir e perguntar o porquê, ele provavelmente lhe dará a seguinte resposta:

- Ah... Então... acontece o seguinte: não está correndo dinheiro no mercado... as pessoas não estão comprando... além disso, o nosso governo não ajuda, só dificulta a vida dos trabalhadores... há também o fato de que a safra não foi como esperada, sem contar o tsunami que arrasou parte do Japão...

E, por aí vai!

Um vendedor, com postura de protagonista, lhe responderá mais ou menos assim:

- Não bati minhas metas, porque de alguma forma EU não acompanhei. Acho que me concentrei em alguns fatores e me esqueci de outros e estes, foram os mais importantes... Talvez se EU estivesse mais atento aos movimentos do mercado, da economia, mas... não planejei direito, e... não bati minhas metas. Mas já aprendi como fazer e ficarei mais atento da próxima vez...


Conseguiu perceber a diferença na postura? Aquele com postura de Vítima, prefere sair de cena e colocar a culpa em alguém. Nunca tem a ver com o problema, sempre está sendo vítima das situações, dos acontecimentos... Pessoas com postura de vítima adoram encontrar culpados, sentem-se aliviadas ao culpar o governo, o clima, os pais, os filhos... Facilmente encontramos pessoas com postura de vítima.

Aquele com postura de Protagonista, ASSUME a responsabilidade! Veja que não se trata de culpa e sim de responsabilidade. Pessoas com postura protagonista, sabem que são parte da solução ou do problema e preferem estar em campo ao invés de ficar na arquibancada, criticando, arranjando desculpas...

Costumo dizer que:

"Quem quer, dá um jeito, quem não quer, arruma uma desculpa!"

Aos com postura de vítima, registro aqui uma genial frase de Mahatma Gandhi:

"Seja VOCÊ, a mudança que quer ver no mundo!"


E se ao invés de ficar reclamando, você ajudasse a mudar o que precisa ser mudado? Se ao invés de culpar a empresa, teu chefe, teus pais, teus filhos... você agisse e fizesse algo para mudar a situação? Por que você prefere reclamar ao invés de arregaçar as mangas e ajudar a construir a mudança que tanto postula?
Conheço pessoas que reclamam que deixaram de estudar por causa dos filhos. Quando ouço isso, lamento, mas não me furto de dizer: "a vida é feita de escolhas". Não culpe seus filhos das escolhas que VOCÊ fez em algum momento de sua vida. Pois, a cada escolha há uma renúncia... Escolhemos algo, renunciamos a algo... Mas nós e somente nós somos os responsáveis por nossas escolhas.

Então pare de culpar os outros!

Seja você a mudança que quer ver no mundo! Quer mais educação? Compartilhe mais o que sabe. Quer mais saúde? Seja exemplo de bons hábitos... Ninguém dá o que não tem, portanto, também não recebe o que não merece!

Não quer mais estudar? Então pare de reclamar do salário! Simples assim!


Agora eu te pergunto: você é vítima ou protagonista?


Forte abraço!



domingo, 5 de maio de 2013

Quer aprender a prever o futuro?


Olá!



"Muito se fala sobre prever o futuro. Há alunos que treinam e há os que não treinam. Assim fica fácil prever o que vai acontecer..." 
(Kishikawa Sensei)









Ao analisarmos esta citação poderemos encontrar muitos ensinamentos e reflexões acerca de nossa vida pessoal e profissional.
Vemos que há um interesse das pessoas pelo futuro: aspirações de final de ano, pedidos diante do bolo de aniversário, preces no templo, planos estratégicos no trabalho, análises de dados... mas pouco disso adianta se nossa real intenção não vier acompanhada de verdadeira ação.

É comum ouvirmos muito mais as desculpas do que os feitos. As pessoas esperam por realizações instantâneas, por conquistas que venham fácil, sem muito esforço ou atenção. Esquecem-se que não aprenderam a andar em um só dia. Que o aprendizado é um contínuo esforço do corpo, da mente, do espírito...

Nas empresas, vemos gestores imaturos que querem mudanças na equipe mas que oferecem pouca compaixão ou respeito com o tempo de cada um. Chefes que agem como crianças mimadas acreditando  que são perfeitos e que somente a equipe precisa mudar. Pouco treinam a sua habilidade de comunicação, de influência pessoal para moldar sua equipe, de engajar seu time aos resultados.

"...há os que treinam e há os que não treinam...", concordo plenamente que assim fica fácil prever o futuro!

Os que se preparam, que agem para a mudança necessária, os que focam e perseguem o objetivo até o fim, fatalmente virão ladeados da sorte... Há quem pense que as conquistas daqueles que treinam, que estudam, são obra da sorte. Ledo engano!

Aos que não treinam, resta-lhes assistir a vitória dos que se prepararam e, é claro, arranjar novas desculpas por não ter conseguido novamente aprender algo novo, atingir a meta, conquistar o objetivo.


Penso que quem sabe, o gênio da lâmpada um dia apareça e lhes realize os desejos...!



Entenda treino como tudo o que pode lhe levar rumo ao seu objetivo: aprender um novo idioma, concluir sua faculdade, fazer a tarefa do dia, melhorar sua condição física ou emocional, etc.


Sendo assim, prefiro o treino, o estudo, o aprimoramento constante. Sei que muitas vezes cansa, dói, machuca, marca, mas como diz o treinador Nuno Cobra: "é preciso chegar ao cérebro pelo músculo e ao espírito pelo corpo".

Pare de dar desculpas e mova-se! Comece a agir para também poder prever o seu futuro. Contudo, se mesmo assim ainda escolher ficar sem treinar, então pare de reclamar do salário!

Domo arigatogozaimashitá (muito obrigado) Kishikawa Sensei pelo ensinamento.

Mãos em prece.




Fontes: 

http://pt.wikipedia.org/wiki/Shin_Hagakure:_Pensamentos_de_um_Samurai_Moderno
http://www.niten.org.br/shinhagakure/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Nuno_Cobra

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Você é uma folha seca?


Olá!


Acredito muito no poder das palavras e, ouvi certo dia, uma frase muito sábia de meu mestre, Kishikawa Sensei: 

"As folhas secas são as primeiras a serem varridas pelo primeiro vento frio que passar"


Esta frase é tão poderosa e certeira, que mostra detalhes e mensagens muito importantes sobre nossas atitudes e modo de encararmos nossos desafios.
Tomei este sábio ensinamento como um lema para meu caminho e, sempre que alguma dificuldade aparece na minha frente, logo penso: eu não sou folha seca!

As folhas secas ou folhas mortas, simbolizam a falta de energia, a falta de vida, de vontade... Folhas secas, representam a desistência dos propósitos ou ausência deles.

Facilmente encontramos pessoas agindo como folhas secas: se muda o tempo (chuva ou muito sol), logo desistem dos exercícios físicos, se aumenta o nível de dificuldade em um trabalho, começam a reclamar e deixar para depois a solução, basta reduzir os recursos que arrumam novas desculpas para não entregar o resultado... 

Quantos livros deixaram de ser lidos no meio da leitura? Quantos já começaram a aprender tocar um instrumento mas desistiram? Quantas dietas alimentarem foram abandonadas na primeira tentação? Quantos deixaram da caminhada, só porque o tempo estava nublado ou porque o travesseiro foi mais convincente? 

Vivemos cercados de folhas secas!

Acredito que agir como folha seca ou verde é uma questão de escolha. A todos nós é oferecida a oportunidade de escolher entre agir como folha seca, desistindo logo nas dificuldades do ambiente ou como as folhas verdes, que se agarram no propósito, no sentido do que acreditam.

Acredito que agir como folha verde é um convite que todos os dias o Universo nos oferece. Os ventos frios nos testam diariamente, desafiando nossa capacidade de manter firme nossa decisão de seguir em frente com o que deve ser feito.  A força da nossa energia interior é a que nos mantém presos ao núcleo de nossas promessas, de nossos propósitos.

Então! Pare de achar desculpas e foco no seu objetivo! Se quer melhorar seu peso, já sabe o que fazer, faça! Se quer passar naquele concurso, já sabe o que fazer, faça! Agarre-se nos seus propósitos e seja folha madura, verde, cheia de energia, que não se abala quando desafiada!

Lembre-se de que o vento continuará soprando, que a chuva continuará caindo, o sol continuará queimando, que o cansaço continuará lhe tentando, que a vontade de comer de tudo continuará se apresentando... Mas o valor de teu propósito é proporcional à sua resistência, persistência, sua vontade!

Por este motivo, mesmo muitas vezes cansado, com frio, triste, dolorido, lembro me de meu mestre e repito para mim mesmo "não sou folha seca!", e tenho conseguido bons resultados para meu espírito. Creio que a vitória tem melhor valor quando o teste foi relevante. Se é fácil, esquecemos fácil.

Domo arigato gozaimashitá (muito obrigado) Kishikawa Sensei, pelo aprendizado! 

Para fechar eu te pergunto: "você é folha seca?"

Forte abraço!

Mãos em prece.


sexta-feira, 22 de março de 2013

O Estilo Democrático

Olá!


Fechando a série de posts sobre os estilos de liderança, anotei aqui, o que tenho aprendido no caminho com os do Estilo Democrático.

A origem da palavra "democracia", pode nos ajudar a explorar bem este estilo: vem do grego demos, "povo" e kratos, "autoridade", ou seja, governo do povo, do grupo...

O estilo democrático é aquele que traz os maiores traços de trabalho em equipe, cooperação e colaboração. Já vi muitos entrevistadores ficarem felizes ao identificarem traços do líder democrático em candidatos durante dinâmicas de grupo. E, realmente este estilo mostra um aspecto muito importante da liderança, o de facilitar a comunicação do grupo.

Bons ouvintes, facilmente cativam os demais integrantes. O grupo passa a ser o centro o núcleo dos objetivos... E é exatamente aí neste detalhe que mora o lado sombra deste estilo. Ao enganar-se na dose de escuta e de interação com o grupo, já vi muitos democráticos conquistarem resultados medíocres, apesar de serem muito bem avaliados pelo grupo.

Ocorre que o estilo democrático carrega consigo uma maldição: se o líder não tiver coragem para escolhas difíceis, o grupo torna-se lento e burocrático, pois ao buscar o consenso, que nem sempre vem facilmente, as decisões ficam "travadas" e, isso pode custar os resultados.

Assim, líder com excesso de estilo democrático, em geral, tem dificuldades de tomar decisões, o que o torna lento e confuso. Com o tempo, esta confusão pode rachar a equipe e trazer mais e mais divergências.

Se você identificou-se neste estilo, uma dica que aprendi é cercar-se das informações para, se preciso, decidir pelo grupo e para o grupo; ação que o estilo autocrático sabe praticar sem peso na consciência. Lembre-se de que coragem não é ausência de medo. O problema é o medo que paralisa, que bloqueia as decisões e, em se tratando de liderança, isso pode ser fatal.

Permita que o grupo participe, sempre! Ouça a todo atentamente! Comunique-se com perfeição, e tome as decisões. Cuidado com o consenso, pois nem sempre ele é o mais sábio conselheiro!

Forte abraço!


segunda-feira, 4 de março de 2013

O estilo Liberal

Olá!


Em sequência ao post sobre Estilos de Liderança,  anotei aqui o que tenho aprendido no caminho, com os líderes que possuem estilo que costumo chamar de "Liberal".

Ao buscar significado da palavra, encontraremos conceitos como "favorável à liberdade", ou "que respeita a liberdade de opinião".

Em tratando-se de liderança, certamente identificaremos qualidades essenciais que os melhores líderes devem apresentar. A sensação de estar em uma equipe em que se é livre para expor suas ideias, ou para apresentar sua opinião, sem medo de perseguições ou críticas da chefia, pode ser visão tentadora, principalmente aos que convivem com os líderes de estilo autocrático.

Contudo há um lado sombra no estilo liberal.

Tendo em mente que o risco está sempre na dose aplicada pelo portador do estilo, podemos encontrar líderes liberais que apresentam baixa performance na gestão de equipes, ao exagerar na dose. Assim como a falta de liberdade de expressão gera o desconforto nas pessoas, o excesso dela pode trazer danos sérios ao time.

Como os liberais prezam muito mais pela decisão do outro, costumam interferir pouco nas ações do grupo. Assim, o grupo passa agir deliberadamente. A autonomia pode ser confundida por alguns membros, e surgem os conhecidos "folgados" na equipe.

Estes folgados, aproveitam-se do excesso de liberdade demonstrado pela liderança e passam a explorar o ambiente e a seus colegas. Ocupam espaço também os dominadores de opinião, que revelam-se a induzir os membros menos ativos a agir segundo seus comandos.

Assim é uma equipe com excesso de liderança liberal: outros comandam, exceto quem deveria! Uns comandam por omissão e outros por exploração. E assim a equipe vai, geralmente à deriva, seguindo resultados medianos ou medíocres. Conheci liberais que costumam culpar a equipe pelo baixo resultado obtido.

Muito importante prover a liberdade, mas compete à liderança garantir a ordem, o foco, a disciplina para concluir e manter o espírito realizador da equipe.

Lembre-se de que não há certo ou errado. Há o ideal para cada contexto. Precisamos do estilo liberal para deixar com que as ideias surjam, que as propostas sejam apresentadas sem medo, que as pessoas possam falar e expor suas opiniões para ajudar a construir a solução. Contudo, cabe aos portadores do estilo liberal, buscar o equilibrio entre "delargar" e "delegar". Saiba que ao delegar, empossa-se certa dose de responsabilidade pela execução, mas continuaremos sempre responsáveis pelo resultado.

Se você se viu neste estilo, aqui vai uma dica: continue permitindo que as pessoas sejam elas mesmas, mas lembre-se de que, em se tratando na liderança: assuma a responsabilidade!

Forte abraço.





sábado, 23 de fevereiro de 2013

O Estilo Autocrático


Olá!


Complementando o post sobre os estilos de liderança, neste quero compartilhar o que tenho aprendido com os Autocráticos.

Muito difundido pelos amantes dos modelos de estilo militar ou de forte influência patriarcal, os praticantes deste estilo, são habituados em mandar. Precisam ter a palavra final nas discussões e decisões.

Para quem já leu o livro "O monge e o executivo" (Editora Sextante), do célebre autor James Hunter, verá que muitos autocráticos são os que confundem o conceito de Autoridade e Poder, pois poder está em forçar ou coagir alguém a fazer o que se quer, mesmo que este alguém prefira não fazer; já a autoridade reside em conquistar pela influência pessoal, que as pessoas façam o que precisa ser feito.

Os autocráticos, em geral, repetem modelos que tiveram no passado: filhos de pais dominadores e rígidos, onde a disciplina e hierarquia é uma regra familiar; ou porque aprenderam isso com seus primeiros chefes, em que o estilo da gestão dura, de estilo "coronelista" foi sua única referência. 

Mas nem todos os autocráticos são brutos, rabugentos, irritadiços (apesar de que é a grande maioria deste grupo). Conheço autocráticos que são suaves, sorridentes e até amáveis. A característica preponderante deste estilo é a centralização. Assim, há centralizadores que em muitas vezes são travestidos de democráticos. Até tentam (ou fingem bem) ouvir, mas basta ouvirem algo que não lhes interessa aceitar que já abandonam a atenção dada e passam a boicotar a ideia do outro.

A dominação autocrática está presente nos nossos dias, em nossas empresas, muito mais do que pensamos. Muito ainda herança de nosso modelo colonial, onde os mais poderosos economicamente ou culturalmente, oprimiam os demais. Basta olhar para os lados que você perceberá a presença de autocráticos.

Contudo, lembre-se de que não há certo ou errado. Há o ideal para cada contexto. Precisamos da energia e vontade dos autocráticos para vencer desafios. Ao agirem como propulsores da mudança, levam a equipe a bons patamares de performance. O problema está na dose. Equipes governadas por chefes excessivamente autocráticos, em geral apresentam sintomas de doenças físicas (gastrites, fadigas, etc), mentais, sociais (irritações, desentendimentos, etc).

Vale a pena sempre refletir em como está agindo. Se você se identificou com este estilo, ótimo! Seja você, sempre! Mas preste atenção na dose e cuidado com os excessos, pois as pessoas precisam mais da tua energia do que da sua necessidade de mandar. Aprenda a dar espaço aos outros, permita que o erro aconteça, comece a dizer  "por favor", "muito obrigado" e "desculpe, pois errei". Você verá que milagres acontecem!

Pense nisso.

Forte abraço. 




domingo, 13 de janeiro de 2013

Qual o seu estilo de liderança?


Olá!



Na travessia pelo caminho, preparando e trabalhando com lideranças, tenho encontrado pessoas com as mais diversas características emocionais que vão do autoritarismo ao completo desinteresse.

Pesquisas científicas apontam para os chamados "estilos" de liderança, inclusive relacionando-os aos impactos exercidos no clima da equipe e aos resultados obtidos.

Para facilitar, procuro agrupá-los em 3 estilos básicos. Isto ajuda em gerar instrumentos para simplificar as reflexões, análises que lhe conduzirão à descoberta sobre seu próprio "jeitão" e assim, conquistar mais harmonia com o ambiente, seja no meio corporativo ou familiar.

Os 3 estilos básicos:


Autocrático
Liberal
Democrático
Inclui comportamentos como:
  • Centralização; 
  • Autoritarismo; 
  • Vontade de dar ordens; 
  • Fala mais do que ouve;
  • Apresenta forte energia; 

Em geral tem até uma linguagem corporal específica:
  • Passos mais agitados; 
  • Aponta o dedo indicador inconscientemente tentando indicar qual a decisão que quer que seja escolhida;
  • Gosta de bater na mesa, paredes, etc.

  • Preferem não interferir no trabalho de suas equipes; 
  • Pouca ou nenhuma interação;
  • Preferem observando à distância; 
  • A equipe sobrevive sem a sua intervenção. 
  • Ouve mais do que fala;
  • Age de forma mais discreta.

  • Prefere o trabalho em equipe e com a equipe. 
  • Age como se fosse parte do grupo; 
  • Estimula as discussões e debates; 
  • Propõe as conversas. 
  • É bom como ouvinte. 
  • Prefere as decisões em consenso.


Você já deve ter percebido que possui algumas características de algum dos estilos acima. Acredito também que tenha se lembrado de pessoas com quem trabalhou ou convive conforme avançou na leitura.

Mas qual está certo? Qual está errado? Qual o melhor? 

Depende!!... Afirmo que não há certo ou errado. Há o seu estilo!

Costumo dizer que cada estilo tem seu lado luz e seu lado sombra.

Então como extrair o melhor do seu estilo predominante? Tratarei este tema em outras postagens.


Aqui vai uma dica simples e muito fácil, usando um ditado popular:

"...a diferença entre o remédio e o veneno é a dose!".


Ou seja, falhamos no excesso ou na falta. São nos extremos que moram os erros. Exagerar ou nada ter destes estilos tem sido a pior receita para quem quer liderar e inspirar equipes.

Então, reflita sobre como você está agindo e pare de ficar observando e criticando seu chefe ou os outros. Comece a identificar os pontos de exagero ou de falta que você comete. Ser excessivamente autoritário é tão ruim quanto ser muito democrático ou liberal também o é.


Pense nisso!


Se quiser conhecer mais sobre este assunto, leia também o artigo publicado na Harvard Business Review - Liderança que traz resultados. 

Os meus posts abaixo também podem lhe ser úteis nesta caminhada:





sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Uma nova forma de análise...



Olá!


Acreditando que o caminho é repleto de oportunidades para o aprendizado, tenho visto que aprender é o verbo de ação que impulsiona a caminhada. A cada dia, descobrimos algo novo no trajeto: circunstâncias, lugares, pessoas, sabores, experiências... Tenho aprendido que o conhecimento nos leva ao destino que desejamos chegar.

Através dos relacionamentos aprendemos que temos pontos de vista diferentes ao nosso redor. Vemos pessoas com as mais diferentes reações diante do mesmo assunto. 

Conheci profissionais de vendas que detestam participar de cursos de vendas, pois acreditam já saber de tudo em suas atividades. Ao passo que há os que são audiência constante de cursos por defenderem a necessidade do contínuo aperfeiçoamento. Pode-se definir estes conceitos individuais como paradigmas.

Muito se fala sobre os paradigmas. Os chamados “gurus” da motivação incentivam a mudança através da quebra de paradigmas como o grande passo pessoal a ser dado por todos os profissionais. Mas será que é só isso?

Em meu caminho tenho aprendido que a quebra de velhos costumes somada à criação de novos tem maior eficácia. E é exatamente no limiar entre o velho e o novo que está o desafio, pois muitos sucumbem diante das dificuldades que viram meras promessas de final de ano. Tenho certeza que já ouviu frases do tipo: 

“amanhã (semana, mês ou ano) que vem vou começar a (ou parar de...)...”. 


Enquanto pronuncia esta frase apenas está na fase da promessa. O velho paradigma ainda é o mais forte, o dominante. Nada mudou, somente há uma bela intenção no ar. Diz-se que isso acontece pela chamada “zona de conforto”, pelo simples medo do desconhecido, mera possibilidade de falha ou de decepção, nos cria o hiato entre discurso e a prática.

Talvez não devêssemos “quebrar” os velhos paradigmas, mas aproveitá-los para descobrir o novo. Unir o velho ao novo e colocar em prática em forma de experiência.

Talvez a chave para a mudança esteja não na quebra, mas em saber aproveitar o que se sabe do velho e aplicar no novo paradigma. Talvez não devamos abandonar, mas adaptar os hábitos. Vale lembrar que a história da evolução mostra que vence o mais bem adaptado e não o mais forte. 

Por exemplo, digamos que você prometeu terminar a leitura daquele livro que está há meses descansando ao lado de sua cama. Analise qual o conjunto de circunstâncias estão entre você e a sua meta, como horário, local, assunto, tempo... De posse destes dados, verifique quais delas podem estar lhe impedindo de concluir seu objetivo. 

Estes são os seus paradigmas. Adapte-os em direção da sua meta. Pode ser o horário, o tempo, o local, etc... Pequenas mudanças podem trazer importantes evoluções. 

Veja que o invés de usar o verbo “quebrar”, proponho o uso do verbo “adaptar”, no mais puro conceito “darwiniano” da evolução. Quebrar é negativo, simboliza destruição, abandono, ruptura... Adaptar é inteligente, simboliza cooperação, aprendizado, evolução...

O verbo adaptar pressupõe saber o que precisa ser mudado e utilizar o que se sabe para ter a fluidez desejada. A água sabe como fazer isso de forma perfeita e harmoniosa. Ela aprende com os obstáculos e os contorna, sem desprezá-los, mas ao insistir adapta-se e os vence.

Aos poucos, passo a passo, conquista a conquista, aproveitando o que aprendeu com o velho, tenho certeza, você assumirá o novo paradigma.

Assim lhe convido a mudar seu discurso e pronunciar: 


“...a partir de agora, vou adaptar meu hábito de ...”


O simples fato de mudar o discurso já é uma mudança importante. Já é um paradigma sendo adaptado e colocado em prática. Se consegue fazer isso então consegue outras adaptações. 

Assim, lhe pergunto: quais os paradigmas escolhe adaptar? 


Forte abraço.